desde ontem construo miragens
nos cenários das minhas cidades flutuantes
desde ontem rasgo mapas ultrapassados
com países apagados em mares cegos
calo a palavra desfaço os ventos dos génios
incautamente saidos das lamparinas
corto o cabelo com o punhal de otelo
escavo na madeira das minhas portas fechadas
o símbolo das noites esvoaçantes ocas de ruidos
prenhes de brumas em constante mutação
avanço pelo deserto onde as aragens desenham
os caminhos dos condenados à sede insaciável
e onde se abre o sésamo dos meus tesouros
olho para trás e vejo-me em peregrinação
rumo ao primeiro tapete de folhas do meu outono
mfs
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 22 horas
2 comentários:
olho para trás e vejo-me em peregrinação
rumo ao primeiro tapete de folhas do meu outono
Gostei muito.
"...o sésamo dos meus tesouros..."
E uma caverna cheia de coisas maravilhosas...
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