sobre a calçada humedecida coloquei um ramo
de camélias
despejei um frasco de saintlaurent à minha porta
enfeitei a relva com gorgeios de pássaros cor-de-rosa
nas janelas coloquei as velas que não me deste
despejei a neve carbónica no abeto ao fundo do quintal
acendi lâmpadas no corrimão da escada exterior
espalhei sobre os sofás coroas de núbeis flores
disfarcei o alçapão onde deverias mergulhar
com veludos cetins e jasmins gigantescos
e renitentes
pus uma peruca de cabelos de anjo
para iludir a tua perspicácia
um colar de espelhos para te confundir
uns sapatos de gata borralheira
para mos roubares e depois me procurares
pelas estradas sobre as copas dos bosques
mas tu não vieste
mfs
manuel alegre / lusíada exilado
-
Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 20 horas
2 comentários:
Também eu
tenho estado à espera
toda a minha vida
e ainda não vieste...
A espera. Todos os arfícios da espera. Os desencontros são assim.
Um beijo.
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