domingo, outubro 28, 2007

escrito

as luas desertificam-se às meias-noites dos
meses primeiros
antes das explosões primordiais
e eu chamo-me longamente
tristemente chamando nas alcovas esbatidas

coroo as loucas caterinettes
que desconhecia então na vida esbanjada

as pequenas gazelas sem dono espreitam
as janelas bifurcadas
espreguiçam-se em ademanes de híbridos

as invejas dos perseguidos caem nos pátios
onde se escancaram os afastamentos dos
tristonhos nadas

leio nas rochas granitadas de brilhos opalescentes
o trajecto das vidas que me cabem
ensaio o grasnido das aves fugitivas

lembro-me de ter esperado pela minha alma
escondida nas vestes das vestais imoladas

mfs

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