quarta-feira, outubro 10, 2007

escrito

voluptuosas arquitecturas sobre os rios
em negras estruturas se destacam
como grandes aranhiços de ferro envelhecido
donde caem as gotas verruminosas
das invejas e dos desesperos alheios

as lâmpadas balançam nos candelabros
espalhados pelas planícies agoirentas
iluminam as suas entranhas de metais feitas

desejo sair deste pesadelo que me persegue
quando finalmente o sono me toma
e me arrasta para os rios que circundam o mundo
onde vivem os capitães edulcorados
das velhas ditaduras distraidas da sorte que
as espera

lanço sprays de cores refulgentes sobre os braços
arquitetónicos que as repelem enquanto vibram
impulsionados pelas vozes do além

enfim mergulho em apneia nos líquidos incontroláveis
das correntes apressadas que em catadupa
se lançam no pachorrento mar-mãe de todas as águas

mfs

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