voluptuosas arquitecturas sobre os rios
em negras estruturas se destacam
como grandes aranhiços de ferro envelhecido
donde caem as gotas verruminosas
das invejas e dos desesperos alheios
as lâmpadas balançam nos candelabros
espalhados pelas planícies agoirentas
iluminam as suas entranhas de metais feitas
desejo sair deste pesadelo que me persegue
quando finalmente o sono me toma
e me arrasta para os rios que circundam o mundo
onde vivem os capitães edulcorados
das velhas ditaduras distraidas da sorte que
as espera
lanço sprays de cores refulgentes sobre os braços
arquitetónicos que as repelem enquanto vibram
impulsionados pelas vozes do além
enfim mergulho em apneia nos líquidos incontroláveis
das correntes apressadas que em catadupa
se lançam no pachorrento mar-mãe de todas as águas
mfs
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 19 horas
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