quarta-feira, fevereiro 28, 2007

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terça-feira, fevereiro 27, 2007

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segunda-feira, fevereiro 26, 2007

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panteras

as panteras
corpos tensos
para o salto
assassino

iluminam os olhos
com as cores das galáxias
nas
fronteiras do universo

disparam as garras
que se ensanguentam
nas
veias dos inocentes
predestinados

alisam a pelagem
fosforescente
nas
noites
de lua escondida

as panteras

adoçam o rosnar
saciado
retiram-se nostálgicas

esperam outra noite
outros fulgores
outros odores


m.f.s.

domingo, fevereiro 25, 2007

 
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sexta-feira, fevereiro 23, 2007

sem cor

escrevo a negro sobre
esta
folha escura folha negra
folha
negra

risco a carvão
o xisto
a carvão sobre
o
negro

sem cor este lápis
sobre sem cor
esta folha
eu
desenho
sem cor

descoloridos
os vidros
dos teus olhos
incolores

sem cor e
a
negro
o que
escrevo
nas indolores
perspicácias
intemporais

no tempo
a
negro
grafite

m.f.s.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

isto

esta praia laminar onde a espuma se borda de levezas
esta areia cor de topázios vibrantes de agudas luzes
este cheiro a mundos afundados entre ruinas e carcaças
desconstruidas

este vago palor nos olhos das brisas iluminadas
nas tardes de crepúsculos lilazes
este murmúrio que brinca em torno dos corpos refrescados

este cenário de argonautas cantantes sereias emudecidas
esta euforia das alegres filhas de abris deslizantes em cada sorriso

isto
tudo isto
segue o trajecto da bala
que perfura a moleza das carnes
a fragilidade das barreiras corpóreas
o inexorável destino das vozes
sussurantes

m.f.s.

cicatriz

Que aborrecimento, só me saem banalidades...

tenho uma cicatriz na minha máscara
uma ferida no meu fato de arlequim
uma pena espetada na cintura

cada carnaval que baila
a cicatriz afunda-se na pele
a ferida rasga mais o vestuário
a pena desenha grafitos

entro na gôndola atracada
à minha porta
na imaginária veneza
do meu destino

navego

Mercado flutuante - Bangkok











quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Templos, etc

Em Bangkok as "veias" da cidade estão bem à superfície, criando estruturas aéreas
Por todo o lado o retrato do rei, com ou sem a rainha, em Bangkok.
Os monges, pela manhã andam, pelas ruas a receber a comida que lhes dão.
Não consegui tirar-lhes nenhuma fotografia por essa hora. Esta foi tirada em frente do hotel, pouco depois de chegar

Em Singapura há templos de várias religiões






Philip Larkin

Onde quer que fôssemos procurávamos livrarias e ainda arranjei uns livros que quase me fizeram ultrapassar o peso permitido.
A maior e melhor foi a que vimos em Singapura, mas em Bangkok também havia uma boa.
Foi aí que encontrei o livro de que copiei este poema:

The Trees

The trees are coming into leaf
Like something almost being said;
The recent buds relax and spread,
Their greenness is a kind of grief.

Is that they are born again
And we grow old?No, they die too.
Their yearly trick of looking new
Is written down in rings of grain.

Yet still the unresting castles tresh
In fullgrown thickness every May.
Last year is dead, they seem to say,
Begin afresh, afresh, afresh.

Philip Larkin
The Great Modern Poets
An Anthology of the best Poets
and Poetry since 1900
Edited by Michael Schmidt
Quercus

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Ainda não consegui acertar as horas do sono e então escrevinho.

à beira mar um banco
um homem nele sentado
nele divagando pensamentos

o mar murmurando sussurros
o perfil do homem exposto
à luz das estrelas na água

a subtileza da inquietude
que se instala
entre os tecidos
internos
palpitantes

a poalha das emoções
mal fadadas
cravando as suas
burlescas garras

nos corações desprotegidos
incautos
talvez inocentes
corações
apenas

e o mar que se apodera
do homem no banco
à beira praia

em noite de ventos nos horizontes
ventos de estrelas que rebolam
sobre a platitude
das águas

eu sei como foi
diz-se o homem
conheço

conheço-me
neste banco
nesta noite
de ventos e brisas

de areias que se
expõem
ao tiroteio
dos raios cósmicos

que sobre mim desabam
neste banco
roido pelo sal das águas
deste mar plano
que me conhece
me espera
me ama

m.f.s.

domingo, fevereiro 18, 2007

Hotel Puri e cerâmica chinesa




Zona de refeições do Hotel Puri


Pormenor em cerâmica de origem chinesa.

Malaca





De cada lado das ruas, sobretudo na zona mais antiga, correm valas abertas, onde vão dar esgotos e as águas das chuvas. Os passeios por vezes não existem, as ruas com muito trânsito, mais ou menos caótico, poucos semáforos.
Mas aparte antiga da cidade é a mais interessante. Tem vários templos de várias religiões. Os dos chineses têm pormenores em cerâmica, muito bem feitos.

Chegada

Cheguei de Singapura
No avião escrevinhei o que aqui vai. Não consigo melhor que isto.
Mas eu não sou poeta nem pretendo sê-lo.

o vaso de flores à minha janela
pressagia desencontros
nas praças públicas

cortam-se os cabelos às rainhas
nas madrugadas
antes do cadafalso

as mãos seguram
o ar que se esvai
dos pulmões enfraquecidos

os cabelos cortados são lançados
à água dos rios tranquilos
onde repousam todas as ofélias
de olhos virados para os céus

o vaso deixa cair as flores
sobre os corpos das rainhas
separadas dos seus súbditos

as antonietas
já sem cabeleiras nem pós brancos
nos rostos
tornados mármores de gelo
pelo ódio popular
carmins desfeitos na voragem
das bocas
esfomeadas

continuam os desencontros
nas praças públicas
os reis são destituidos das suas
varandas

arrancam-lhes as vestes de
brocados
fazem deles marionetas
nas cordas das forcas doiradas

corvos uivam
os bicos muito amarelos
as penas de negro azul
nas praças públicas desertas

m.f.s.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

enrosco-me por dentro
para apertar o espaço
torná-lo intransponível
inabitável
espanto o sono que me pesa
nos olhos

que me arrasta para o
mar avermelhado das
profundidades oníricas
que me nubla a lucidez
me automatiza
em dormência paralizante

me fecha as aberturas
as frinchas
as passagens para
outras nuvens
neste leito de alecrim
em que rescendem as
derradeiras aragens

onde os pássaros endoidados
rasam as cabeças dos voláteis anjos
das planícies mornas
de um qualquer planeta

onde o desenho da paisagem em procela
rasgada
de vidros em rajadas de vozes
roucas
molhadas
se imprime nas pupilas


sempre lá
onde se espera a chamada final
para as dimensões límbicas
dos purgatórios incandescentes

fecho-me

Regresso de Malaca

Chegamos às vinte horas, mais ou menos, de Malaca.
Ontem fomos ver os descendentes dos portugueses. Gente humilde, muito acolhedora a parecendo alegre, embora o ambiente em que vivem tenha um ar pobre, descuidado, sem muita higiene.
Um deles, o Pedro da Silva, falava razoavelemente o português. Tinha sido pescador.
Em Lisboa colocarei algumas fotos aqui.
Estivemos também no que resta do forte A Formosa e da igreja de S. Paulo.
Fazia um calor...Já não preciso de ir à praia, estou suficientemente "morena", devido ao sol que apanhei.
A zona do hotel onde ficámos é a mais antiga da cidade, sem edifícios novos, ou quase, pois o governo quer manter a traça tradicional. Há pormenores muito interessantes, que mostrarei.
Um dos problemas é andar nas ruas estreitas da parte antiga. Verão o porquê quando virem as fotos.
Até Lisboa.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Malaca

Pronto, lá vamos nós para Malaca, amanhã. A viagem é de camioneta e demora 4 horas...
Ficamos no Puri Hotel. Regressamos 6.ª feira.
Ciao

Bangkok





Ruinas

Árvore com raiz de uma planta parasita


Ilha de Sentosa - Singapura

segunda-feira, fevereiro 12, 2007




A ida a Malaca ficou adiada.
Entretanto fartámo-nos de fotografar as flores e os animais no jardim botânico e no jardim zoológico.

As fotografias não estão trabalhadas.
Em Lisboa logo mostro mais.

sábado, fevereiro 10, 2007

Singapura de novo

Chegamos ontem à noite de Bangkok.
Gostei muito, apesar da poluição.
Hoje devemos ir a Malaca.
Os escritos que tenho feito ainda estão na fase do rascunho.
Ai, começo a ter saudades da minha cabana...

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Bangkok

Amanhã vou a Bangkok, volto na sexta-feira.
Depois, talvez continue os meus escritos...
Quem sabe?

sonhei-te

sonhei-te
encostado à esquina
à mesma
esquina
de sempre

à espera
talvez à espera
de godot

quem sabe

colado à aresta
da esquina
à espera

de algum
destino
tresmalhado

quem sabe

m.f.s.

sussurros

que me sussurras
tu
ao ouvido
ténue sombra

deixa a minh´alma
derramar-se
sobre as neves do
kilimanjaro

enquanto cavalgas
as crinas das
dunas da
namíbia

m.f.s.

domingo, fevereiro 04, 2007

sábado, fevereiro 03, 2007

Em Singapura

Cá estou.
Para já agradavelmente surpreendida. Muita vegetação, exótica, belíssima.
Clima quente, claro, abafado. Chuviscos pouquíssimos.
Já comecei a perder a cabeça com as compras...
Espero poder colocar algumas fotografias aqui lá mais para diante.

No avião desatei a escrevinhar umas coisas mais ou menos desinteressantes, mas cá vai um pouco disso...

lembra-me
lembra-me que quero ir
para longe do
longe
para lá do acolá

quero experimentar as
harmonias intransponíveis do
longínquo longe



desejo
desejo tanto conhecer os
segredos sem nome
daquilo que jamais se
alcança

espero
sim
espero fortemente
encontrar-me contigo
nas montanhas
nas altíssimas montanhas
do país mais longínquo
do além
do acolá
do para empre

m.f.s.