sou dos famigerados falcões a possuidora que
com eles caça as penas esvoaçantes das vítimas
eternamente vítimas
recorto com a minha garra os olhos aguçados dos
treinados predadores
para lhes incutir a certeza da visão telescópica
os meus gritos de triunfo alcançado
esborratam as paredes azuis do espaço aberto
lentamente desenham curvas
ziguezagues atormentados
por ondem descem as desconcertadas
alegorias
das fecundas deusas aladas
com o arco de diana imagino o louro dinossáurico
estarrecido do pavor da seta no calcanhar aquiliano
a fuga para a fonte onde a folha impediu a imortalidade
lanço os meus falcões cegos sobre os vencedores olímpicos
enterro a pomba nada pacífica junto às portas dos campos
consagrados nos rituais místicos dos crentes vencedores
descanso sob a asa que me sobra
mfs
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 20 horas
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