terça-feira, outubro 23, 2007

escrito

desde ontem construo miragens
nos cenários das minhas cidades flutuantes

desde ontem rasgo mapas ultrapassados
com países apagados em mares cegos

calo a palavra desfaço os ventos dos génios
incautamente saidos das lamparinas

corto o cabelo com o punhal de otelo

escavo na madeira das minhas portas fechadas
o símbolo das noites esvoaçantes ocas de ruidos

prenhes de brumas em constante mutação

avanço pelo deserto onde as aragens desenham
os caminhos dos condenados à sede insaciável
e onde se abre o sésamo dos meus tesouros

olho para trás e vejo-me em peregrinação
rumo ao primeiro tapete de folhas do meu outono


mfs

2 comentários:

Graça Pires disse...

olho para trás e vejo-me em peregrinação
rumo ao primeiro tapete de folhas do meu outono
Gostei muito.

Anónimo disse...

"...o sésamo dos meus tesouros..."

E uma caverna cheia de coisas maravilhosas...