desde ontem construo miragens
nos cenários das minhas cidades flutuantes
desde ontem rasgo mapas ultrapassados
com países apagados em mares cegos
calo a palavra desfaço os ventos dos génios
incautamente saidos das lamparinas
corto o cabelo com o punhal de otelo
escavo na madeira das minhas portas fechadas
o símbolo das noites esvoaçantes ocas de ruidos
prenhes de brumas em constante mutação
avanço pelo deserto onde as aragens desenham
os caminhos dos condenados à sede insaciável
e onde se abre o sésamo dos meus tesouros
olho para trás e vejo-me em peregrinação
rumo ao primeiro tapete de folhas do meu outono
mfs
domingos da mota / soneto da pouquidão
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São poucos os que lutam contra o medo
sem medo de perder seja o que for,
que ousam libertar-se do enredo
desse modo maligno de temor
que sofreia a cor...
Há 19 horas





2 comentários:
olho para trás e vejo-me em peregrinação
rumo ao primeiro tapete de folhas do meu outono
Gostei muito.
"...o sésamo dos meus tesouros..."
E uma caverna cheia de coisas maravilhosas...
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