melancólicas teias de aranhas em etéras confluências
cobrem de ciganas heresias os campos da minha vida
reciclam os meus sentidos desfeitos em vidros esverdeados
nas gotas das águas ao longe
no frenesi das vertiginosas volutas das incandescências agoirentas
tranco as claraboias dos sótãos embalsamados
onde ainda permanecem os sonhos das fadas más
respiro os odores das luzes desaparecidas numa noite
coloco nos meus anéis as bagas de romãs caídas
das colunas do templo de salomão o sábio
apago os gritos dissonantes dos clubes nocturnos
espalhados pela lezírias encharcadas povoadas de cegonhas
permito que se arrastem vagarosamente as águas entristecidas
nas levadas entre folhas
ao lado de veredas resplandescentes
trevos cúmplices assobios de pássaros enamorados
enfim o dia estende-se sobre a noite adormecida
e posso ver a poalha luminosa que desenha ballets
à frente dos meus olhos cheios de teias prateadas
de aranhas solenemente convictas
das suas ironias prazenteiras depostas
no meu longo vestido de sereia caprichosa
mfs
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 19 horas
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