escrito
pode um dia acontecer a ternura nos olhos azuis fitos nos reflexos
das congéneres borboletas tropicais
ectoplásticas e brumosas
de escritórios soturnos e terrificantes
fugitivas
pode um dia uma boca de serafim endoidecido lançar as chamas
dos fins de ano comemorados em chuvas de champanhes baratos
nas praças mundiais onde os crimes proliferam
juntamente com as neves de natais passados à beira das
faldas de montanhas em papier maché
pode ser que tudo se desmorone sobre as costas de quasimodo
as estátuas poderão governar os países abandonados
colapsar os caminhos entre galáxias esquecidas de rodar em espiral
imobilizar o tempo sorrateiro e complacente amarfanhador
das mais sedosas peles de tigres remanescentes entre canaviais
só eu não posso sair da conjuntura nada económica
em que plantei a cadeira onde me sento
mfs
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