os círios pranteiam as preces jamais escutadas
nos labirintos dos céus deslavados
nos limbos surdos da terceira via
nos infernos gelados das mortes sem fim
os círios queimam todos os desejos
todas as dores
todas as ânsias
ironizam sobre as cabeças
vergadas ao som dos órgãos
das catedrais ocas de deuses
os círios perfumam de desalentos
os horizontes em anil
lançam fumos ondulantes
quais volúveis serpentes
deixam-se consumir ardentemente
são pagos para iludir os desalentados
os que ainda seduzem ícones esfíngicos
aqueles que se misturam nos odores
das multidões em procissão
os círios são elegantes e pálidos
ceptros hieráticos
mfs
domingos da mota / soneto da pouquidão
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São poucos os que lutam contra o medo
sem medo de perder seja o que for,
que ousam libertar-se do enredo
desse modo maligno de temor
que sofreia a cor...
Há 19 horas





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