quinta-feira, outubro 18, 2007

escrito

durante dias não vi o sol nem os candeeiros das paisagens
nem as pequenas luzes dos colares cósmicos
não vi nenhuma réstea de pó cintilante
nenhuma fresta escondida na escuridão das manhãs
desisti de acender as lâmpadas dos sótãos e das caves
as lanternas dos vestíbulos sem carpetes
as velas das igrejas há muito abandonadas pelos deuses
os olhos dos gatos atentos aos solavancos dos percalços
os fogos fátuos dos campos antigamente sagrados

vivo no veludo das trevas onde permanecerei até à alvorada

mfs

1 comentário:

Anónimo disse...

vivo no veludo das trevas onde permanecerei até à alvorada...


(Por vezes esse veludo até se deixa acariciar...)