neva regularmente sobre os
telhados de papel
rodeiam-se de águas os
campos adormecidos
as jovens pedras cantam
como nos festivais
os cucos despem os
lutos invernais
tal semelhança com as viúvas
é circunstancial
nos cabelos envelhecidos das
crianças
esgotadas
transparecem velaturas em
camadas
sobre camadas
chamam-lhes patinas
escondem os brilhos
mostram as profundidades
recriam o mistério
desaparecido estes últimos
tempos das
pantalhas publicitárias
os artistas isolam-se nos
baldios interiores
constroem iglos para os
animais
desenham ironias em
corpos expectantes
alguém tingiu o ar de
cores impossíveis
na esperança de
iludir os monstros das
circuncisões e os
seus bisturis de
cristais
envelhecidos
a neve ainda lá está
mais velha
menos límpida
ainda
perplexa
m.f.s.
ana paula inácio & sandra costa / menos uma hora nos açores
-
9.
Devia ter sido o último poema do ano.
Um sino na paisagem a marcar
as horas. Um desalinho momentâneo
como uma arritmia, demasiado breve
para ser s...
Há 13 horas





1 comentário:
Escolhi:
"os artistas isolam-se nos
baldios interiores"...
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