na lentidão da brancura dos olhos vedados
ao fluir das folhas tombantes nos
outonos lunares
ao movimento das águas lacustres à
volta dos rochedos
ao gesto apocalíptico da
aranha assassina
da
louva-a-deus canibal
da formiga colectora
de todos os providos de
asas
nessa lentidão escorre o traço da
inevitabilidade
sempre-eterna
pressente-se o rugir das entranhas sísmicas
dos destinos incrustrados
no grande painel do tempo
vagueia-se ao som das linhas ondulantes
apontam-se os dedos hirtos às conjunturas
arrancam-se as peles virginais
abrem-se os olhos brancos
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
3 comentários:
Escolhi:
"...nessa lentidão escorre o traço da
inevitabilidade..."
É assim a Vida!
já cá não vinha há muito. está bonita a página e tu continuas a escrever (palavras e imagens) divinalmente.
abraço
Obrigada Gil.
És muito gentil em dizer isso,
Os teus poemas é que são lindíssimos e escolhes belas imagens, muito depuradas.
Um abraço.
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