as colchas eram de seda
em tempos idos
os noivos deleitavam-se na
brancura macia
supunham
que era para sempre
os mortais sonham com o
para sempre
enquanto se vão
enterrando em
cemitérios floridos
baptizando em frias pias
baptismais
casando de rendas
tules
sedas
tuxedos
os mortais
olham-se na transparência dos
olhos
vêem mundos irisados
tapam os cenários lúgubres
iludem-se
iludem-se
porque se vale a pena viver
é pela ilusão
é pelos meandros da
nossa pele que passa
a macieza das colchas
em seda
as películas opacas
que escondem as noites
escuras
têm duas faces
qual delas a mais
ilusória
qual delas a mais
sedutora
a mais volátil
a mais irresistível
serpentes encantatórias
no colo das sibilas
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
-
faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário