as colchas eram de seda
em tempos idos
os noivos deleitavam-se na
brancura macia
supunham
que era para sempre
os mortais sonham com o
para sempre
enquanto se vão
enterrando em
cemitérios floridos
baptizando em frias pias
baptismais
casando de rendas
tules
sedas
tuxedos
os mortais
olham-se na transparência dos
olhos
vêem mundos irisados
tapam os cenários lúgubres
iludem-se
iludem-se
porque se vale a pena viver
é pela ilusão
é pelos meandros da
nossa pele que passa
a macieza das colchas
em seda
as películas opacas
que escondem as noites
escuras
têm duas faces
qual delas a mais
ilusória
qual delas a mais
sedutora
a mais volátil
a mais irresistível
serpentes encantatórias
no colo das sibilas
m.f.s.
carlos eurico da costa / a forma e o tempo
-
II
Eis-nos não porque houvesse necessidade de estar
Mas porque temos connosco a maturidade lúcida do espaço
E se quero dizer-vos que há uma paragem
Pa...
Há 6 horas
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