sexta-feira, março 09, 2007

o poeta

o poeta de esquina não vê a
sombra com que o
candeeiro suspenso
escurece o chão sob os
seus sapatos amarrotados

discute com o seu
anagrama
a forma da palavra
que lhe escapa

o sentido do vulto
fugidio
em contra-luz

ensemisma-se
enquanto o
candeeiro lhe desenha
sombras de
morcego

não entende as vozes no
espelho
as simetrias das
oposições
as texturas das
nuvens em remoinho

cogita

m.f.s.

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