domingo, março 04, 2007

por vezes

sob a pluma do poeta
ensimesmado
corre a linha
desliza a linha da palavra

que agarra outra linha
outra palavra
e como no tear ancestral
tece a renda do texto
borda as cores
dos inaudíveis sonhares
abismais

entrelaça o pensar
deslumbrado
entontecido de desmaios
singelezas outonais
nos campos
das cegueiras múltiplas

desengonça as infiltrações
escondidas sob as
peles esburacadas
de bailarinas células
constroi e
desconstroi
o universo finito
das imitações criativas
faz-se sombra de deus
seu objectivo final

por vezes

m.f.s.

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