abrirei o mundo de alto abaixo com um rasgão de fiapos vermelhos
para ver de que é feito
escrutinarei os meandros interiores deste destino volúvel
deste cubículo translúcido
secarei as suas secreções com a verónica cristã
sepultá-lo-ei num dos sudários restantes dos
rituais musicados das eternas liturgias em leitos de croniquetas
espancarei o ar com bengalas de marfim feitas do último dente
do último mastodonte
rirei
ah como rirei
quando as curvas das estradas de macadame se esticarem
e os incautos se deixarem levar pelas miragens de pacotilha
nas estepes vertiginosas
quando tudo se calar
e as estrelas rebolarem como van gogh as pintou
e os cataclismos forem brincadeiras de deuses aborrecidos
e a inércia se apoderar das almas em decadência
m.f.s.
eduarda chiote / a incerta sujeição da arte
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Puderas ter criado
mares
em que o contacto da luz
não magoasse
quer a leveza do fogo
quer a respiração funda
da água
e de modo a que a imolação
do corp...
Há 1 dia
1 comentário:
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"...ah como rirei
quando...
...
quando..."
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