quando os olhos se perdem no rumorejar das nuvens
e seguem o traço das sementes que voam
as tuas mãos arrefecem sobre o parapeito
das etéreas varandas à beira-rio
os orvalhos penduram-se nos teus cabelos
as aragens dançam como ondas dos oceanos
descem sobre ti as brumas dos países
longínquos
rasgas as cortinas da sabedoria infinita
provas o fruto que te ilumina eternamente
sofres a expulsão e não renegas o teu pecado
filho menor do deus grande
o sofrimento faz parte da tua condição
de proscrito dos édens divinos
m.f.s.
josé afonso / que amor não me engana
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Que amor não me engana
Com a sua brandura
Se da antiga chama
Mal vive a amargura
Duma mancha negra
Duma pedra fria
Que amor não se entrega
Na noit...
Há 23 horas
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