neva regularmente sobre os
telhados de papel
rodeiam-se de águas os
campos adormecidos
as jovens pedras cantam
como nos festivais
os cucos despem os
lutos invernais
tal semelhança com as viúvas
é circunstancial
nos cabelos envelhecidos das
crianças
esgotadas
transparecem velaturas em
camadas
sobre camadas
chamam-lhes patinas
escondem os brilhos
mostram as profundidades
recriam o mistério
desaparecido estes últimos
tempos das
pantalhas publicitárias
os artistas isolam-se nos
baldios interiores
constroem iglos para os
animais
desenham ironias em
corpos expectantes
alguém tingiu o ar de
cores impossíveis
na esperança de
iludir os monstros das
circuncisões e os
seus bisturis de
cristais
envelhecidos
a neve ainda lá está
mais velha
menos límpida
ainda
perplexa
m.f.s.
domingos da mota / soneto da pouquidão
-
São poucos os que lutam contra o medo
sem medo de perder seja o que for,
que ousam libertar-se do enredo
desse modo maligno de temor
que sofreia a cor...
Há 19 horas





1 comentário:
Escolhi:
"os artistas isolam-se nos
baldios interiores"...
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