segunda-feira, maio 14, 2007

poalha

a poalha em vagas de densidade variada
desce do interior dos olhos
até ao rebordo da pálpebra inferior

entorna-se pelas pestanas descompassadas
desliza pela olheira azulada

a poalha cria um regato brilhante
na paisagem do rosto sem luz

pinga até ao primeiro obstáculo
quando seca deixa no seu rasto cristais

a poalha lava os olhos
lava a alma
desfaz os nós das entrelinhas

e como dizia alguém tem a
mesma composição química
qualquer que seja a sua fonte

m.f.s.

1 comentário:

Anónimo disse...

Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

Como diria o António Gedeão...