escorregou pelas
faldas
da montanha
a
neve azulada
das lágrimas dos deuses
desfeitos em dores de perda
de
mordomias
deuses sem corte nem fãs
sem altares
sem tronos
sem odaliscas
desmazelam-se as jovens
ninfas
nos regatos escangalhados
sem peixes
sem rãs
sem limos
derrete a neve divina
nos colos dos mancebos
desesperados
sem luzes de palcos
sem coroas de louros
sem as frágeis túnicas de
alabastro
murmuram as matronas
de amplas saias de
chita florida
com cabelos brancos
com gordas curvas
com osteoporose
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
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