faremos um pacto
alma simétrica
jamais vista em
qualquer horizonte
selaremos o pacto
com a linfa em que se banham
os nossos sentimentos
eriçados de tremendas
hesitações
guardaremos o pacto
no cofre mágico
das coisas verdadeiras
das coisas desejadas
na nossa decripitude
esqueceremos o cofre
o pacto
as coisas verdadeiras
desejadas
nos limbos
das perdições
encheremmos de ouro
os ramos
desfolhados das
árvores sem raízes
das árvores esvaziadas
da volátil seiva
do frágil fio
de prata
que une as coisas
desunidas
faremos uma cúpula
de águas
em sinfonias
transparentes
e luzes de palcos
habitados
seremos
os construtores das nossas
harmonias
os pais dos imanentes
regatos
da nossa hidrografia
novos deuses seremos
minha alma simétrica
m.f.s.
manuel alegre / lusíada exilado
-
Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
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Há 19 horas
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