o meu nome não é para se dizer em altos brados
o meu nome não se repercute nas planícies
que
todos os dias
perscruto da minha janela
o meu nome é uma linha interrompida
não está escrito no céu
nem em nenhum livro do destino
não tem sons de timbale nem de violino
não se pavoneia nas cidades adolescentes
não cumpre nenhuma regra de sedução
tenho um nome de teia de aranha
preso aos cantos dos tectos
em casas abandonadas
um dia hei-de fazer do meu nome um véu
de anjo
e pendurá-lo na árvore mais próxima
talvez o vento componha com ele
uma sinfonia
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
-
faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário