sábado, maio 12, 2007

timbale

o meu nome não é para se dizer em altos brados
o meu nome não se repercute nas planícies
que
todos os dias
perscruto da minha janela

o meu nome é uma linha interrompida

não está escrito no céu
nem em nenhum livro do destino

não tem sons de timbale nem de violino
não se pavoneia nas cidades adolescentes
não cumpre nenhuma regra de sedução

tenho um nome de teia de aranha
preso aos cantos dos tectos
em casas abandonadas

um dia hei-de fazer do meu nome um véu
de anjo
e pendurá-lo na árvore mais próxima

talvez o vento componha com ele
uma sinfonia

m.f.s.

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