as meninas cantam a morte
das formigas adormecidas
nos labirintos infernais
das áfricas ressequidas
as raposas acompanham as
cantorias
atentamente
viram os húmidos focinhos para
o lado do vento
erguem as patas
dianteiras
num formidável esforço
de imitação dos donos
encolerizados pelos esforços
vãos
de amansar as suas agonias
de predadores de galinhas
as orelhas trementes dos
coelhos
de olhos transparentes
balançam ao som dos cantos
das meninas
fugidas dos braços
dos pais desatentos
os raptores estão atentos
às ovelhas distraidas
ao canto das meninas
esperam o intervalo
m.f.s.
domingos da mota / soneto da pouquidão
-
São poucos os que lutam contra o medo
sem medo de perder seja o que for,
que ousam libertar-se do enredo
desse modo maligno de temor
que sofreia a cor...
Há 21 horas





1 comentário:
Esta parte chamou a minha atenção. Infelizmente, é muito actual...
"das meninas
fugidas dos braços
dos pais desatentos
os raptores estão atentos
às ovelhas distraidas
ao canto das meninas
esperam o intervalo"
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