quantos acenos na despedida do dragão
na partida dos solares caminhos
quantas alegrias no início das manhãs
brumosas e frias
quantas sinfonias no balançar dos
sorrisos matreiros
nas consequências esticadas
nos portais de outros universos
e as aragens respigadas dos rostos em
solícitas expressões de servis servidores
retiram dos vidros
a suposta limpidez esmagada nas tardes
aborrecidas do coelho sem tempo
as aragens acenam os panos azarados
impelem as águas em gotas velozes
pelas veredas das reticuladas folhas
arborícolas
despedem as intemporais saudades
dos corações esvoaçantes
no crepúsculo gotejante
as aragens param os acenos numa
fracção de segundo
aquietam os olhos resignados
das raparigas estrangeiradas
descobrem o peito da noite
sem lua
sem estrelas
sem oliveiras
m.f.s.
manuel alegre / lusíada exilado
-
Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 21 horas
1 comentário:
Gostei do
"coelho sem tempo"
talvez em homenagem ao
"Alice no País das Maravilhas"...
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