quinta-feira, janeiro 11, 2007

Solveig von Schoultz

O CORAÇÃO

Demos-lhe sementes; não muitas,
mas quanto bastasse para não se cansar;
água lhe demos, apenas um dedal,
para a fonte lhe recordar.
Abrimos tão pouco a porta,
para que os céus lhe batessem no olhar
e à gaiola um pequeno espelho prendemos
pra de frente a nuvem poder contemplar.
Quieta se sentava, com as asas palpitantes.

Assim ela cantava.

Solveig von Schoultz (1907-1996)
Trad.José Agostinho Baptista
A Rosa do Mundo
Assírio e Alvim

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