os amores inodoros das pensantes cacafonias
em requebros de tentadoras ninfas
formadas em bastidores hollywoodescos
lançam sobre incautos desamados
suas ilusórias indústrias
a toda a força incutidas nas epidermes
desprotegidas
memórias plantadas no fértil terreno
dos imaginativos
chás de olorosas ervas numa grinalda de
folhas maceradas
no sangue dos adormecidos
enrolam-se nas cinturas dos bacos de
passagem
amarelecem as roupas virginais das
noivas de ocasião e seus parceiros
amputados em cerimónias de santo antónio
nos adros das decadentes catedrais
dos futuros abandonados
à sagacidade dos contrários
erguei-vos metafóricas donzelas
ceifai as espigas florescidas
antecipadamente
segui os trilhos das aranhas
azuladas de desejo
comei os açúcares envenenados
nas garrafas outonais dos vossos abrigos
até breve
crentes
a perfeição não é imutável
m.f.s.
carlos de oliveira / estátua
-
*a Jane L.*
Nos umbrais desta página recebo o poema que chegou de longe, duma memória
escura, voluntária, atravessando lama, sono, olvido. Desvend...
Há 10 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário