é o último harpejo
o último vislumbre
a última câimbra estomacal
estamos nos derradeiros
momentos
dos derradeiros
instantes
nas circunvalações
dos caminhos finais
as fendas últimas
nos corações de prata
no vazio económico
da música de piano
o esvoaçar das poeiras
primaveris
aproximam-se do colapso
os dedos que apontam
perdem
as unhas de cinza
pintadas
caem as pétalas restantes
dos verões
inundados de planícies
secas
os insectos silenciam os seus
suspiros beethovianos
as cordas dos
violinos abrem as asas
de plástico
partem para o voo final
o cantor nos seus íntimos
devaneios
alinha os sons inéditos
da canção
do adeus
m.f.s.
domingos da mota / soneto da pouquidão
-
São poucos os que lutam contra o medo
sem medo de perder seja o que for,
que ousam libertar-se do enredo
desse modo maligno de temor
que sofreia a cor...
Há 20 horas





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