Mais uma poetisa que nos deixa.
ANJO E ÁRVORE
Só quando se tornam opacas as paisagens
reconstituo sobre uma árvore escura o Teu sorriso.
E é preciso a Natureza tornar-se espessa e que
ao ser olhada em baixo a água nada reflicta
para queo Teu rosto próximo ainda exista. Não
é possível unir a Tua boca aos Teus olhos no ar
claro. Na luz geral avassaladora onde Tu
Te ocultaste ao partir eu espero agora a penum-
bra que engrossa os contornos. Ou que a cinti-
lação da água a torne em zinco puro. Para de-
pois Te ver como uma mancha ténue que
contrasta com as imagens destas árvores.
Fiama Hasse Pais Brandão
Obra Breve
Poesia reunida
Prefácio de
Eduardo Lourenço
Assírio & Alvim
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
...
Há 19 horas
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