Mais uma poetisa que nos deixa.
ANJO E ÁRVORE
Só quando se tornam opacas as paisagens
reconstituo sobre uma árvore escura o Teu sorriso.
E é preciso a Natureza tornar-se espessa e que
ao ser olhada em baixo a água nada reflicta
para queo Teu rosto próximo ainda exista. Não
é possível unir a Tua boca aos Teus olhos no ar
claro. Na luz geral avassaladora onde Tu
Te ocultaste ao partir eu espero agora a penum-
bra que engrossa os contornos. Ou que a cinti-
lação da água a torne em zinco puro. Para de-
pois Te ver como uma mancha ténue que
contrasta com as imagens destas árvores.
Fiama Hasse Pais Brandão
Obra Breve
Poesia reunida
Prefácio de
Eduardo Lourenço
Assírio & Alvim
fernando luís sampaio / as vozes de marraquexe
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Enquanto vai e não vem
A nossa sombra sob o palmar
Desfaz-se na poeira
Do atlas, o silêncio floresce
Na rosa do algodão poeirento,
O cantil gargareja à ...
Há 10 horas
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