talvez me fique por aqui
enquanto os zunidos dos cabelos
se encabritam
enquanto houver frestas entre os
espíritos
macambúzios
e os dedos esfriarem
nas luvas de ciclista
talvez desista
ainda devo surgir
em contra-luz
nos pesadelos das criancinhas
talvez
talvez arraste correntes de
ferro fundido
e vestes ectoplásticas
serei uma silhueta iridiscente
que desliza
sobre águas sulfurosas
cantarei numa voz de cinzas
as maravilhas do
grande atractor
uma singularidade qualquer
dar-me-á
outra embalagem
desta vez terei nos olhos
as lentes de contacto
que tanto cobicei
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
-
faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário