Numa cor mais alegre mais aberta
rasa de luz se abre a nova rosa
alisa as suas pétalas que elidem o tempo
grácil na sua leveza pura adolescência
sinal de um momento anúncio de um sim
promessa de um sempre que o Deus ausente
consuma e liberta porque essa ausência é fértil
na profusão invisível do seu arco de luz
Dele solta uma flecha pura vibração
que todos os espaços livre atravessa
e cumpre ao soltar-se a pausa
de uma coluna nenhuma esperança é vã
na duração obscura o bálsamo derrama-se
nas atormentadas cabeças quem vacila ganha
o formoso vigor dos seus primeiros passos
Extremo sortilégio o dessa mão sem mão
o desse coração aberto como nascente
o desse olhar sem olhos o dessa palavra sem som
O eco que se molda é absoluta transparência
o ardente esplendor traça os seus contornos
a lucidez respira esse momento solar
na permanência exclui todo o anónimo fluir
e cada ser é novo na novidade do seu nome
Maria Teresa Dias Furtado
25 de Março de 1993
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
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