CANÇÃO PARA ESSE DIA
Eis que chega o tempo de se soltar pombas
no meio das praças com estátua.
Vão dar a nossa hora. De um momento
a outro, irão ouvir-se badaladas.
Olhai os tenros nós das árvores
exalar-se visíveis na luz
recém-inaugurada. Leves fitas
pendem de nuvem em nuvem. E grinaldas
sobre o peito do céu, a palpitar,
são como o ar da voz. Palavras
vão ser já ditas. Ouvi. Escuta-se
rumor de passos e bater de asas.
Jaime Gil de Biedma
Antologia Poética
Edição Bilingue
selecção e tradução de
José Bento
Edições Cotovia
joão habitualmente / a roda dos anos
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Primeiro, tudo são carícias
e há grandes varandas arvoradas na noite
de lua morta
onde nos instalamos como reis
Ribeiros e fontes
e todos os sítios a...
Há 10 horas
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