ARANHAS
Inventam o crime.
Inventam a arma
Inventam a música da sedução.
Aguardam que a vítima se invente
a si própria
e em seguida destroem-na ...
para se recriarem.
A cerimónia tem lugar
no lado de fora de um labirinto.
Dentro dele
o Universo desenvolve a arte de inventar,
institui os fundamentos do prazer
e do pânico
modelando cuidadosamente
a máscara da morte.
Tudo para que a vítima seja exemplar
E que na sua multiplicidade
Seja una.
Só assim as aranhas
podem continuar a garantir
a inexplicável passagem
do tempo.
Laureano Silveira
Os Retratos
OS OUTROS
Antologia De Poesia Portuguesa:
anos 80 e depois
Coordenação, prefácio e notas de
Leopoldino Serrão
editora ausência
domingos da mota / soneto da pouquidão
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São poucos os que lutam contra o medo
sem medo de perder seja o que for,
que ousam libertar-se do enredo
desse modo maligno de temor
que sofreia a cor...
Há 20 horas





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