já as alegrias se retiravam do cenário da minha vida
os consolos rogavam aos deuses o fim das hipóteses
caminhos devanesciam-se na paisagem tornada uma página vazia
o branco opaco rodeava-me num abraço sem fim e sem substância
escolheria seguir por vias mais habitadas por rotas marítimas
desejaria sentir as vibrações dos sinos figurados nos templos
as enormes pinceladas dos pintores gestualistas sobre os muros
quereria rumar aos horizontes invisíveis no desenho ancestral
lançaria nos campos lavrados as sementes dos trigos celestiais
esperaria o maná purificador de todas as tormentas não expostas
agarraria o voador insecto na sua trajectória de ser prodigioso
criaria sobre as minhas frágeis costas as asas translúcidas das libélulas
que me transportariam pelos infinitos jamais sonhados dos sonhos incompletos
seria o projecto da minha mente tantas vezes esboçado nunca realizado
m.f.s.
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
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Há 20 horas
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