les fiançailles de la jeune reine
cozinhados nos colos dos alcoviteiros
costumeiros na grelha dos peixes mortos
embrulhados em diamantes de fancaria
coroados de hipócritas alegrias
no dever do herdeiro perfeito
abrem-se os olhos das jovens prometidas
renascentistas de colares esganadores
cabelos venezianos no cobre luminoso
rendas pesadas sobre as fragilidades
dos corpos mal alimentados
enchem-se os ventres de líquidos amnióticos
cinzentos de venenos engendrados
na germinação do futuro ditador
morrem as jovens rainhas após a expulsão
das monstrosas criaturas não desejadas
em seus recônditos esconderijos
sobem aos nirvanas esmaecidos
repousam nos leitos de margaridas
perfumadas de violetas
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
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