estou presque morte à beira do lago imenso
tranquilo
de vidro feito
as aves navegam como caravelas
de curvas velas brancas
arrastando a poalha
do vidro lacustre
o violino esfrangalha-me a alma
nas suas volutas de sons plangentes
a cigana cantarola em longos gorgeios
as notas arábicas das estepes
e longe de não sei onde
um odor a ervas cortadas
envolve-me os cabelos
julgo chegado o tempo de partir
a cavalo no unicórnio
que me destinaram
m.f.s.
italo calvino / as cidades e a memória
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1.
Partindo-se dali e andando três dias para Levante o homem encontra-se em
Diomira, cidade com sessenta cúpulas de prata, estátuas de bronze de todos...
Há 23 horas
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