segunda-feira, dezembro 04, 2006

2005

inúteis os
silêncios dos
corpos abandonados
nas clareiras das
florestas sem
pássaros
inúteis as vozes dos
homens torturados
algures em antros de
uma só luz

inúteis as
condolências após a
morte dos
pardais
não há asas que
cheguem para o ressoar das
músicas interditas

corridas todas as
cortinas restam os
ziguezagues dos
insectos

sobre a cabeça dos
condenados
inutilmente
calados nos
corredores da
morte asséptica

m.f.s.

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