talvez haja
uma açucena
pendurada na
minha porta
que afasta os
malabarismos dos
incógnitos
espreitadores das
noites de
candeeiros apagados
rajadas escuras
pirilampos
afogados nos
verdes fosforescentes
das suas lanternas
talvez o perfume da
flor entonteça os
enamorados
debruçados nos
parapeitos
das pontes em
suspensão
talvez a
açucena seja um
espanta-espíritos
vigilante
uma sombra
acabada de
chegar
à noite dos
morcegos
m.f.s.
inês lourenço / crónicas
-
Mulheres de canastra à cabeça, que num recôncavo
de esquina, não calcetada, onde uma nesga
de terra desmentia o urbanismo
invasor, mijavam de pé
co...
Há 2 horas
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