quarta-feira, dezembro 06, 2006

06-12-06

talvez haja
uma açucena
pendurada na
minha porta
que afasta os
malabarismos dos
incógnitos
espreitadores das
noites de
candeeiros apagados
rajadas escuras
pirilampos
afogados nos
verdes fosforescentes
das suas lanternas

talvez o perfume da
flor entonteça os
enamorados
debruçados nos
parapeitos
das pontes em
suspensão

talvez a
açucena seja um
espanta-espí­ritos
vigilante
uma sombra
acabada de
chegar
à noite dos
morcegos

m.f.s.

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