a mão que se abre e recebe um espinho enfeitado de rosas
sangra docemente sobre a cama isolada no meio do quarto
a janela freme de luzes e cortinas com brisas e sonhos
o dourado da atmosfera pinta as asas das borboletas em busca do pólen
construtoras de almas irisadas e voláteis num cenário vazio
o branco espalha-se e apaga o magnífico sonho bruxuleante
a mão ergue-se num gesto lento segura uma pétala esmaga-a
entre os dedos mistura o sangue da flor com o seu vermelho
a borboleta procura o pólen na nova flor
recem-nascida
m.f.s.
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
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Há 20 horas
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