sábado, dezembro 23, 2006

06-05-2005

a mão que se abre e recebe um espinho enfeitado de rosas
sangra docemente sobre a cama isolada no meio do quarto
a janela freme de luzes e cortinas com brisas e sonhos

o dourado da atmosfera pinta as asas das borboletas em busca do pólen
construtoras de almas irisadas e voláteis num cenário vazio
o branco espalha-se e apaga o magní­fico sonho bruxuleante

a mão ergue-se num gesto lento segura uma pétala esmaga-a
entre os dedos mistura o sangue da flor com o seu vermelho
a borboleta procura o pólen na nova flor

recem-nascida

m.f.s.

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