SOMBRAS ROSAS SOMBRAS
Sob um céu estranho
sombras rosas
sombras
numa terra estranha
entre rosas e sombras
numa água estranha
a minha sombra
INGEBORG BACHMANN (1926-1973)
(tradução de Judite Betkcmeiet e João Barrento)
manuel alegre / lusíada exilado
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Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
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Há 21 horas
2 comentários:
Ingeborg Bachmann nasceu em 1926, na Áustria. Conviveu com Günter Grass, Martin Walser, Hans Magnus Enzensberger, Thomas Bernhard, Paul Celan, Heinrich Böll e Max Frisch. A sua obra é um dos marcos importantes da literatura germânica da segunda metade do século XX. Publicou os primeiros poemas, “O tempo a surgir”, logo após a 2ª guerra mundial. A partir de 1961, publica quase exclusivamente pequenos textos em prosa: “O trigésimo ano”, “Malina”, “Três carreiros para o lago”.
A escrita de Ingeborg Bachmenn, está intimamente ligada à sua experiência como mulher e à sua reflexão sobre os momentos históricos em que viveu: o nazismo – em especial Anschluss, em 1938, quando ainda não tinha doze anos – marcou-a profundamente e nunca deixou de denunciar as várias manifestações fascistas na sociedade capitalista e patriarcal. Na sua obra transparece a luta desesperada do escritor para não se tornar impotente face ao mundo moderno. Para ela escrever foi sempre um acto de amor, constantemente recomeçado com paixão. Ingeborg Bachmann morreu em Roma em 1973, num acidente.
(em Um Buraco na Sombra)
Sombras: a solidão do olhar.
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