sairei de mim todas as manhãs
para lavar o quarto onde a alma se aninha
expulsarei os dragões dos vestígios
meteóricos
que me apanharam desprevenida
sairei pelas rotas dos pássaros viageiros
a cavalo nas résteas de luz matinal
vergarei a minha sombra
sobre os campos de mortífera neblina
escutarei
escutarei atentamente o vibrar
das minhas células gastas
à procura da renovação eterna
beberei da água descoberta em marte
à noite recolherei ao meu quarto
limpo das miasmas corrosivas
fecharei os olhos em sintonia
com as imagens que me povoam as
pálpebras cerradas
mfs
isabel meyreles / o livro do tigre
-
II
Existe em Lisboa
uma máquina cruel
que permanentemente aguça
os dentes virtuais
na alma indecisa
dos pobres mortais.
Esta m...
Há 8 horas
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