esta é uma carta de mim que
não conheces
para ti que não existes
e que conheço
um pouco
queria dar-te notícias vagas
da minha sombra esquiva
perdida nos vales das montanhas
de neve azul
sombra que teima em me perseguir
sobre ela posso dizer-te que
às vezes se confunde contigo
tornando-se mais etérea
mais diluída nos átomos
das vias cinzentas
nos dias sem chuva espero
que surjas à porta
da minha cabana citadina
com uma flor de luz
ao peito
uma pulseira de pérolas
para o meu frágil pulso
de mulher evanescente
e um traço vermelho
na tua sombra
espero que se conjuguem todos
os fados
para que te transformes
naquele que nunca existiu
desejo
que me imagines como sou
e me dês vida
agora vou viajar
por sendas de céus trovejantes
mas em breve aqui me terás
para construir mais uma dimensão
de ti
que não existes
mfs
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 8 horas
1 comentário:
Muito gosto eu de ti...
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