O REGRESSO
Só peço um pouco de água das nascentes da
tua boca,
ao regressar a esta praça vazia,
onde as aves de cinza desaparecem no ar.
Naveguei todos os mares, sabes,
e já não me lembro em que porto deixei os
últimos sinais da minha vida,
um espelho,
um punhal de madrepérola,
uma madeixa de cabelos com a misteriosa
luz das primeiras ilhas.
Regressei para dizer-te, para gritar,
que não vi pelo mundo
a equívoca bondade dos homens,
e se algo fiz, se algo semeei, foram as
terríveis sementes da ira.
Regressei para matar e morrer, dizes,
enquanto te afastas pelo lado das
açucenas.
José Agostinho Baptista
Anjos Caídos
Assírio & Alvim
emanuel jorge botelho / claro/escuro
-
faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 8 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário