aqui estou de novo para te
construir um pouco
tu que não existes
vejo-te atrás de um espesso muro
silhueta sem contornos
pronto para partir
mais uma vez
partir
para os desertos da
colossal china medieva
visto-te de mandarim
e para melhor me veres
desenho-te uns olhos em fenda
negros como o cabelo
entrançado
voas como nuvens de tempestade
vestes flutuando em vertiginosos
malabarismos
ainda não sabes de mim
ainda não sabes que me deves
o desenho
dos teus brocados
amorosamente trabalhados
para divinizar
o que em ti é demasiado
terreno
amanhã voltarei
para te construir outro perfil
talvez
pedro oom / poema
-
Tua boca
é um dia estreito
cheio de moscas
De noite
tem a cor azul-verde
dum veneno
como o mar.
*pedro oom*
*actuação escrita*& etc
1980
Há 10 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário