lúcifer enfeita os chifres de flores de papel
veste uma mini-saia de cabedal
escreve no blogue
canta o faduncho da casa da mariquinhas
adelgaça a voz em francês televisivo
coça os cabelos de arame farpado
as coxas atapetadas
deixa deslizar as lunetas
cai amoroso de umas asas
de cetim
que lhe foram retiradas
aquando da famosa queda e
apropriadas por miguel
em maré de boa colocação
no coro dos anjos submissos
lúcifer não sabe chorar
nunca aprendeu a fabricar águas
ternas águas salgadas
nos seus olhos de fogo incenerador
sem óculos escuros
trespassantes olhos
furiosas lupas
o que lúcifer sabe é que na sua rede
de pescador celestial
apanhará cedo ou tarde outras asas
talvez de suaves penas
talvez infernais
talvez de fogo emparedado
no que resta do seu coração angélico
mfs
pedro oom / poema
-
Tua boca
é um dia estreito
cheio de moscas
De noite
tem a cor azul-verde
dum veneno
como o mar.
*pedro oom*
*actuação escrita*& etc
1980
Há 10 horas
2 comentários:
Gosto de lúcifer a escrever no blog, a cantar o fado, com olhos de fogo que não sabem chorar. Achei delicioso. Um abraço.
Obrigada graça :)
Abraços
Enviar um comentário