sábado, novembro 25, 2006

uma chuva de vozes contra
as palavras no
canto do ostracismo

um choro mudo nas costas
da donzela

os braços que se flectem como
arietes defensivos

as vozes
em névoas mutantes sobre
os campos de líquenes

o centauro que se levanta com
a ferida no flanco

a donzela corre
corre a favor do vento

tarântulas deixam rastos
de mortandade
nos entrelaçados
mais ou menos bucólicos

dos tecidos epiteliais

o vento enrola as vestes da donzela
delas faz asas incandescentes
afugenta os aracnídios

leva-a para longe do exílio
transporta a sua imagem desfeita

em águas voadoras

m.f.s.

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