escrevo em meandros
para que a minha alma
não se desvele
para que só os espÃritos
condenados à vagabundagem
possam entender os meus
desenhos de silêncios
despedaçados em estilhaços
de matéria negra
caÃdos na voracidade
das galáxias canibais
ergo labirintos de palavras
sem entradas à vista
sem minotauros
nem ariadnes
nem qualquer herói
voador
por vezes derrubo as muralhas
amontoo os pensamentos incompletos
afasto os restos de palavras
e permito que o horizonte
nos surpreenda
no seu esplendor
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
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