num canto desarrumado da minha mente
uma sombra se esgueira
um vento se desenrola até às janelas fechadas
as poeiras inquietam-se em pequenos remoinhos
abrem-se gavetas cheias de nadas incolores
a sombra espreita sempre
por vezes afoita-se a dançar em volutas
como uma longa
tira de escuro papel
flexÃvel
manobrada pelos ventos
de microclimas
tentei rasgar a sombra um dia
com os punhais dos meus olhos
a sombra multiplicou-se em inúmeras
partÃculas
irizadas
formas coloridas encheram as gavetas
ainda abertas
m.f.s.
alexandre o'neill / o enforcado
-
No gesto suspensivo de um sobreiro
o enforcado.
Badalo que ninguém ouve,
espantalho que ninguém vê,
suas botas recusam o chão que o rejeitou.
Dele s...
Há 18 horas