Havidas
reconhecer o fim das coisas havidas,
voltar o rosto às cortinas que caem
sobre o presente,
já passado,
abraçar o vazio deixado,
aceitar o futuro ainda não,
esquecer o rasgar das emoções,
os fugazes relâmpagos da memória,
não falar,
não falar,
deixar a cor inundar os olhos fechados
à beira dos mares invisÃveis dos
nossos sonhos,
ignorar o apelo,
calar a desarmonia do dia após,
não dormir,
assim,
não dormir até que a alma
esteja limpa
do fim das coisas havidas.
m.f.s.
emanuel jorge botelho / claro/escuro
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faço o quê com a amargura?
guardo-a no bolso,
ou ponho sobre ela o peso de um dia aziago?
talvez o mar me salve, ou me converta,
talvez a terra seja o ...
Há 9 horas
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