Havidas
reconhecer o fim das coisas havidas,
voltar o rosto às cortinas que caem
sobre o presente,
já passado,
abraçar o vazio deixado,
aceitar o futuro ainda não,
esquecer o rasgar das emoções,
os fugazes relâmpagos da memória,
não falar,
não falar,
deixar a cor inundar os olhos fechados
à beira dos mares invisÃveis dos
nossos sonhos,
ignorar o apelo,
calar a desarmonia do dia após,
não dormir,
assim,
não dormir até que a alma
esteja limpa
do fim das coisas havidas.
m.f.s.
antónio dacosta / ó dia de sol e morte
-
3.
Ó dia de sol e morte
As flores eram venenosas
As moscas eram negras
O azul tenebroso
Tanta luz impiedosa
Sobre o luto da terra
*antóni...
Há 22 horas
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