sábado, junho 16, 2007

escrito

pela manhã revejo
aquele porto
habitado de grandes
naves marítimas

retiro da minha carteira
uma foto antiga
nela isolo um rosto

coloco o rosto no horizonte
sobre um petroleiro vermelho

dominas a paisagem
suspenso em minhas mãos

o rosto des-focado
cabelos em fios como riscos
sobre vidro

a ternura saudosista
da sépia deslavada
a tua camisa branca
num fato branco

marujo que não embarca

ar sério
premonitório

homem que se afasta
no horizonte
das naves enormes
dos solenes mares
quase em fúria

mares que te devoram
marujo esbatido
homem de cabelos
em fios inquietos
pelo vento
que se aproxima

m.f.s.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei de

.............
a tua camisa branca
num fato branco

marujo que não embarca

ar sério
premonitório
..............