pela manhã revejo
aquele porto
habitado de grandes
naves marítimas
retiro da minha carteira
uma foto antiga
nela isolo um rosto
coloco o rosto no horizonte
sobre um petroleiro vermelho
dominas a paisagem
suspenso em minhas mãos
o rosto des-focado
cabelos em fios como riscos
sobre vidro
a ternura saudosista
da sépia deslavada
a tua camisa branca
num fato branco
marujo que não embarca
ar sério
premonitório
homem que se afasta
no horizonte
das naves enormes
dos solenes mares
quase em fúria
mares que te devoram
marujo esbatido
homem de cabelos
em fios inquietos
pelo vento
que se aproxima
m.f.s.
manuel alegre / lusíada exilado
-
Nem batalhas nem paz: obscura guerra.
Dói-me um país neste país que levo.
Sou este povo que a si mesmo se desterra
meu nome são três sílabas de trevo.
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Há 22 horas
1 comentário:
Gostei de
.............
a tua camisa branca
num fato branco
marujo que não embarca
ar sério
premonitório
..............
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